A Rotina tão maldita na boca do ser humano, crucificada por ser a motivadora do desanimo diário de cada homem. Será ela a terrível vilã da história? O homem morre e nasce constantemente, se levarmos em cota que cada transformação que passamos e que somos obrigados a largar tudo e escolher outra forma de viver é, de certa forma, um novo nascer e morrer.
Tanto quanto a mudança a rotina trás medo e insegurança, pois nada mais é que viver ou sobreviver a partir da sua própria escolha. Se essa escolha não for das melhores, a rotina com certeza lhe fará enlouquecer.
Esquecemos, porém, que a grande responsável por prender uns aos outros por laços emocionais nada mais é que a ‘rotina’, podemos sim sentir falta de algo que aconteceu de diferente dos nossos dias, no entanto as pessoas presentes não marcam tanto sua história quanto as que convivem um dia após o outro ao seu lado.
A rotina nos faz acostumar com a presença do outro, perceber uma dependência natural que temos em viver, constantemente, rodeados por outras pessoas. A saudade é o sinônimo da falta da rotina, só sentimos falta daquilo que estamos acostumados a ter. Ela faz alicerçar relacionamentos e envolve todos a sua volta tendo a capacidade de ensiná-los a amar uns aos outros.
As repetições diárias de momentos, frases, conversas por muitas vezes nos traz segurança que quando quebrada torna-se muito complicado recomeçar, criar uma nova rotina, esse é um dos maiores traumas causados por decepções e rompimentos. É a dor de um dia após a rotina, a falta que faz uma pessoa e a magoa que ela causou, é não querer aquilo que já acostumamos, é o medo do incerto: “O que será amanhã?”
Enquanto há homens fixos e de costumes sociais, há aqueles que necessitam aventurar-se ao novo, descobrir lugares, pessoas. Sem que seja necessário um apego ou ligação a essas novidades, por motivos desconhecidos. Talvez seja uma ânsia constante do novo, ou medo de se apegar ou sentir-se dependente d’outro.
A voz, o toque, a música, o costume são marcas registradas da rotina. O ser humano desde os tempos primários escolhem viver juntos por se sentirem seguros, habituando-se a dependência entre si e envolvendo-se sentimentalmente. Eis o grande triunfo da rotina, o amor ao próximo.