sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Self / Selfie

Boa tarde navegadores, faz um bom tempo que não escrevo por essas bandas, tenho a sensação de que os blogs perderam seus habitantes pela ânsia da explicação rápida, das opiniões formadas e das informações instantâneas, fomos substituídos pelos vlogs? Canais com milhares de inscritos chamam a atenção, travam batalhas de quem informa mais, quem zoa mais, quem brinca mais e usa mais palavras de baixo calão. Isso não significa que não assista, acho que é bom instrumento e que tudo é válido nessa terra ninguém chamada internet, porém o que me assusta é a elevação dessa exposição exacerbada.
Eis a sociedade do espetáculo, tudo torna-se motivo para mostrar e aparecer. William Shakespeare profetizou: Ser ou não ser, eis a questão. Mas ele não vivera o suficiente para ver seu pensamento transforma-se em: Ter ou não ter, eis a questão. Parece-me que ainda assim conseguimos chegar mais longe do que apenas clamar o ter, pois a frase 'melhor que ter é parecer ter' parece muito mais apropriada para nossa atualidade.
A Self tomara significado próprio - Selfie (Junção do substantivo Self e sufixo ie) um tipo de fotografia de si mesmo, autorretrato, mostra a independência das pessoas de se auto fotografar. Onde está a sua Self? O seu eu? Nos perfis espalhados pelas redes sociais. A isso foi minimizado a relação do homem com a sua Self - o seu eu interior, o seu eu verdadeiro. William James quando definiu a Self partiu de três experiências Básicas do homem: A consciência Reflexiva, que é o conhecimento sobre si próprio e a capacidade de ter consciência de si; A interpessoalidade dos relacionamentos humanos, através dos quais o indivíduo recebe informações de si; A capacidade do ser humano de agir.
Relacionando a sociedade atual cada vez mais individualista e imediatista, podemos observar a distância da noção de Self que temos, um sociedade que busca a aparência, maximiza a individualidade e prioriza a velocidade, percorre o oposto do encontro de si mesmo. 
"O homem conhecem tudo, todas as teorias, todas as ciências, menos seu próprio eu."

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Amor de Cinema

Hummm... amor de cinema... Desses lindos e encantadores dramas de romance que nos faz sentir aquele aperto no peito pela sina do casal apaixonado. Um amor que arde em paixão, que em simples olhares que duraram cerca de 1 segundo foram capazes de devastar uma bela moça, que nada semelhante havia experimentado em toda a sua vida. Um daqueles amores em que o belo rapaz traz flores numa tarde de segunda-feira, e que canta com sua voz de perfeita sintonia com a harmoniosa melodia que sai de sua boca em tom, levemente, aveludado, o mesmo rapaz esteve ali a cada segundo do seu dia de prontidão para socorrer sua bela donzela de qualquer ameaça que possa vim lhe cometer.
Aquele amor que em uma unica semana, ou menos, os desejos mais intensos se revelem as frases mais sonhadas são despejadas em declarações espontâneas e todo o jogo de sedução, olhares, sorrisos são, de repente, trocados por tragédias das mais inimagináveis deixando-os temporariamente inalcançáveis, temporariamente, pois seus destinos estariam traçados? Seriam os Deuses? De forma grandiosa e épica tudo torná-se pesadelo após o alvorecer do fim. Eles descobrem que o final feliz bateu suas portas e deu ponto final a suas histórias logo onde começariam seus dias alegrias. Ou não?
Quem não quer um amor assim?

Eu quero um amor verdadeiro, sem farsa, fantasia ou ilusão. Eu quero um amor de vida real, um amor que eu possa me apaixonar todos os dias, um amor que me acorde dizendo que estou atrasada para o trabalho, que me olhe torto quando está chateado, que diga que seu dia foi cansativo no trabalho e que até debruce sobre mim o seu estresse e vice-versa. Eu quero um amor que cante para mim, com a sua voz verdadeira sem disfarce. Eu quero um amor que me diga que preciso melhorar, que me critique quando preciso for, que não me veja só como um rostinho bonito, que odeie minha teimosia e fique louco com as minhas bagunças, um amor que durma comigo de conchinha, mas que no meio da noite com o membros adormecido, vire-se para o outro lado e diga: te amo, boa noite.
Um amor que me faça pensar como é bom ter alguém ao meu lado, que saiba o meu valor e que eu possa confiar e torná-la uma das pessoas mais importante na minha vida, pois será com ela que pretendo dividi-la para sempre. Um amor que me olhe nos olho e eu sinta que esta lendo a minha alma, pois me conhece melhor que eu mesma, que eu a olhe e sinta só coisas boa transbordarem de mim. Um amor que me dê uma louca vontade de está o mais perto possível.
Eu quero um amor que chore quando eu viajar para longe mesmo sabendo que logo estarei de volta, quero um amor que fique com ciúmes, que as vezes não possa me salvar de tudo, mas que se eu precisar saberei que estará comigo. Quero um amor que me faça perceber que ninguém foi capaz de me acrescentar tanto quanto ele, que todos que passaram por minha vida, passaram e só, pois esse amor é o único que eu desejo que permaneça não porque foi o primeiro, mas porque não me fez querer mais ninguém.
Eu quero um amor que me peça em casamento, todos os dias. Que diga que me ama em suas expressões de amor, quero um amor que não acabe quando finalmente estivermos juntos, que mesmo com a rotina ele me olhe e enxergue aquela mulher pela qual se apaixonou, mesmo depois de cada discussão, briga ou DR. E que mesmo depois de anos nós sejamos capazes de rir de tudo que passou e dizer: É com você que eu quero ficar por toda a minha vida. Um amor que na velhice eu me preocupe com sua saúde, que seja um companheiro eterno, pois a paixão passa e apenas os bons frutos do verdadeiro amor restará neste momento.

Eu não quero um amor que não existe, um amor fantasioso e não quero esperar por um amor que não é real. O amor de verdade não é assim como o de cinema, as pessoas não são assim, as vidas não são assim. O cinema apenas representa a vida em papei e não a vive de verdade.

sábado, 9 de novembro de 2013

Tempo

Uma coisa é certa a desculpa será sempre o TEMPO. Esses dias me deparei com a complexidade do tempo, passando por um shopping muito conhecido na cidade, notei a decoração de natal e pensei: "Já é Natal?", pior que sim.
Quanto tempo que eu não escrevo no meu blog, quanto tempo que não sento num banco qualquer para tomar uma brisa, quanto tempo não vou a praia, quanto tempo que não penso sobre mim, sobre o mundo? Tem tempo, e a desculpa é só que não tenho TEMPO, eu não tenho tido tempo para muitas coisas que eu gosto como: "TER TEMPO".

O que fazemos agora? Que o tempo domina a nossas vidas, os nossos dias, as nossas rotinas? Eu sinceramente não sei, quanto mais o tempo passa mais eu desejo morar num lugar calmo com árvores que façam sombra, uma cadeira de balanço, numa varanda, só para ver o tempo passar. E será que vou ter TEMPO para isso?
Porque pelo que ando vendo do nosso tempo, as pessoas trabalham, correm, não param todo o tempo. Talvez seja um ciclo vicioso, quanto menos tempo você tem, menos você procurará ter tempo para alguma coisa.  Um exemplo disso é aqueles dias que os planos dão errados e nos deparamos com o vazio do tempo livre e o que fazemos? NADA. O fato de não termos mais tempo, nos condiciona a não sabermos mais aproveitar o tempo, ou pouco tempo, que temos.

Porque será que o tempo tornou-se tão disputado? Porque as pessoas não conseguem parar? Não conseguem, por um minuto, respirar fundo e pensar, para não perder tempo? Muitas vezes o fato de vivermos nessa correria, torna-se uma fuga subjetiva para não refletir a si mesmo. Sim, porque o tempo e o seu vazio nos remete, nos convoca a uma exploração interior, o está só. Só com tempo. Sem cobranças de está atrasado, só a cobrança de conhecer-se, do 'quem sou?', o que tenho 'feito por mim?', o que tenho 'feito pelo meu mundo?'. Use seu tempo, a seu favor, por você e não por ter, por quer, por possuir coisas, mas por ser, por fazer, por sonhar o seu bem.
"APROVEITE O SEU TEMPO, por você."

domingo, 7 de julho de 2013

MARGINAIS




Sair de casa, que casa?
O barraco em que vivemos
Esperando morrer de brasa
Tirando a vida que não temos

Crianças largadas, abandonadas
Pedindo dinheiro pra matar a fome
Logo se acostumam com o nada
E sobrevivem sem ter nome

Raiva e rancor no coração
Assim crescemos, os marginais
Envergonhando nossa nação
E tratados com animais

Os desgraçados da sociedade
Qual a graça que tudo isso tem?
Marginais cruéis e donos da maldade
{...}
Esquecem que somos vitimas também.
(Mariane Magno)

terça-feira, 2 de julho de 2013

To esperando...

Estou num estado de espirito que para mim nomeio de 'estado de espera', estou esperando muito, não de como o sentido da palavra conota, mas num sentido mais amplo. Permita-se ampliar os horizontes dos significados, ir mais além. O simples fato de esperar não me coloca no lugar de sujeito passivo, o sujeito á mercê do tempo e do destino: uma senhora sentada em seu banquinho em frente a sua casinha pacata, quem sabe com agulha e linha de crochê, ou simplesmente contemplando o seu jardim modesto, onde a sua fraqueza corpórea de anos e anos de trabalhos físicos levando-a ao cansaço estremos que habita, depara-se com sua mente inquieta de experiências de vida e histórias para contar, permitindo-se esperar apenas uma ação do destino implacável e irreversível, esperar, esperar e esperar, é assim que a palavra nos remete a imaginar.

Porém não é dessa forma que me sinto quando lhes digo que estou em 'estado de espera', o esperar que lhes trago a uma análise mais clínica e ampla de seu sentido rotineiro é um esperar diferenciado, diferentemente de uma mulher em gestação, todavia, com uma pontinha de semelhança. Não a gestação propriamente dita, lembre-se de desapegar dos significados que o rodeiam neste texto. Na gestação propriamente dita, a mulher que está a gestar uma vida a sua espera tem um fundamento, uma certeza de que algo nascerá de dentro de si e que há pelo que esperar, eis a diferença do meu estado de espera. Porém na mesma gestação é considerável neste momento de espera a aflição, a agustia, a ansiedade e também a imensa e energizante expectativa e é exatamente neste ponto que há semelhanças.

Por mais que gritemos aos quatro ventos que não esperamos nada de nada, estamos esperando algo, a vida nos leva a espera. Seja numa fila de banco, no dentista, na lotérica, numa loja, no SUS. A vida é uma grande fila de espera e nós somos esses sujeitos que ansiosos esperamos chegar a nossa vez. É esse esperar, não de forma negativada que o esperar nos leva, mas a expectativa, o sentimento de que fiz tudo que podia ser feito e que agora espero da vida um empurrão, esse sentimento é bom, é gostoso, pois tira de mim o peso da incerteza pelos meus atos e me coloca nesse 'estado de espera'. Como se fosse uma pausa para obter um grande prêmio, aquela espera gostosa e ao mesmo tempo angustiante.

Costumo pensar que esse 'estado de espirito' de esperar se chama fé na vida. Sim ter fé na vida, na nossa vida, nos coloca neste lugar de esperar pacientemente a vida fazer sua parte, por saber que você e ela trabalham em parceria. Uma contempla a ação da outra, pois tudo que fazemos esperamos colher algo no futuro e esse colher depende de como a vida funciona para você.

"Ontem um menino que brincava me falou
Hoje é a semente do amanhã
Para não ter medo que este tempo vai passar
Não se desespere, nem pare de sonhar
Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será" -  Nunca Pare de Sonhar (Gonzaguinha)

quinta-feira, 28 de março de 2013

Tropecei por entre as pernas
Estremeciam sem coragem
Paralisadas feito pedra
Amedrontada e tão covarde

Em mim enxerguei
Aquela menina vazia
De lágrimas esgotei
A dor que em mim se fazia
{...} Sofria

Deparei com o medo,
A indiferença
Em mim insegurança
Fugindo a tal da Esperança.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Querido John- Crítica

Recentemente terminei de ler o romance ‘Querido John’ de Nicholas Sparks. Sei muito bem que o livro já esteve nas mãos de todos e que foi bem elogiado e vendeu como água, além do filme que foi lançado, que nada posso dizer já que não assisti. Porém devo confessar que em termos de livros sou tradicional, prefiro saber o mínimo possível para ter a emoção da descoberta. Devo dizer que me surpreendi com o livro, negativamente sendo bem sincera.

Sou uma daquelas garotas, como qualquer outra, que adora romance. Acho mágico ver um sentimento tão nobre nas obras. Porém gosto de romances épicos, sobrenaturais, aqueles dos quais estremecemos só de pensar, um amor tradicional cheio de suspense e trocas de olhares penetrantes, corações que transbordam de paixão, sensualidade, sedução, desejo, encontro de corpo, o toque e até de certa forma impossível. Isso nos fascina, nos deixa desejando de ter um amor igual, por mais que não seja real é bom imaginar que possamos passar por algo surreal em que a maiorias das pessoas nunca vão saber o que isso significa.

Sem discutir a veracidade dos livros de romance, o que me chocou até certo ponto foi a frieza, a distância que autor coloca o personagem é tudo muito monótono. Um amor de verão que nunca dará certo porque ninguém vive apenas de verão. As palavras são sem emoção, até as cartas que deveriam dar mais sentimento ao livro, são vazias. Eu sinceramente achei que o autor nunca havia se apaixonado, parece mais que ele perguntou para um amigo como é se apaixonar e escreveu o livro pelo que aprendeu pesquisando sobre o que é amor, no Google.

Muitas pessoas subestimam um livro de romance, acham que é apenas uma historinha de amor em que o casal troca mensagens bonitas e declarações. O romance tem que vim acompanhado de drama, porque o ser humano é dramático e quando amor aflora esse drama tende a aumentar. Os conflitos, os medos de ter um amor não correspondido e tudo isso a flor da pele e não simplesmente deixar as coisas rolarem, isso de deixar fluir só funciona na vida real, no livro eu quero ver tristeza, depressão, felicidade, paixão ardente, tudo muito épico e exagerado. Quero sentir que é um amor único e que meros mortais não sentem tamanho amor e paixão, se é para ver coisas normais eu leio as mensagens de um celular de um casal e não um livro de romance. Tenho muita dificuldade de achar livros com esse tipo de romance estilo ‘Romeu e Julieta’ de Shakespeare, as pessoas escrevem qualquer obra vazia, sem fundamento, superficial e é bem elogiado, bem vendido, porque as pessoas são iguais ao autor sem imaginação, superficiais e vazias até na paixão e no amor, infelizmente.