domingo, 8 de maio de 2011

Uma mulher, Uma mãe;

Era apenas uma menina que beirava seus 18, 19 anos e estava em uma universidade, fazia nutrição, era como qualquer outra menina sorridente, espontânea e radiante, apesar da felicidade constante sentia-se sozinha no mundo. Havia saído de casa fazia tempo por conta de brigas com seu padrasto, sua mãe sempre o apoiava. Ela não a culpava, até tentava entender a situação precária em que sua pobre mãe vivia, felizmente a garota tinha um namorado um pouco mais velho, família tradicional da cidade em que viviam e já tinham uns 2, 3 anos juntos não se sabe ao certo.
Parecia um casal normal, daqueles que sempre saem juntos e de mãos dadas, passeavam no parque e iam ao cinema, riam juntos e sem duvida eram apaixonados. Porém a vida reservará para eles surpresas muitas vezes não compreendidas. Era fim de tarde, rosto pálido e aparentemente cansado, um encontro, o mais marcante dos encontros. Ela o esperava no sofá de sua casa, pensamentos, um turbilhão deles e nenhuma certeza.  Ele chega aparentemente tranquilo e feliz, acabará de voltar de uma partida de futebol com os amigos, ao entrar na sala viu a garota em pranto e perguntou: “- O que aconteceu?”, ela entregou-lhe um papel e desabou em desespero. “Grávida?!” Foi o que se escutou do rapaz, eles brigaram, discutiram, muito choro e desespero, a pergunta era: “- O que vamos fazer?”.
O rapaz talvez por imaturidade ou em pleno desespero sugeriu que a moça tirasse a criança, ela de princípio não aceitou, mas ele não estava disposto a qualquer outra solução dizia que não ia assumir e chegou a especular que o filho poderia não ser dele, dizendo a seguinte frese: “E se esse filho não for meu?” A frase que a garota jamais esperaria, tanto tempo de dedicação e amor, para haver duvidas? Ela simplesmente chorou, pediu para que ele saísse e disse que tiraria a pobre e indefesa criança. Ele saiu e a garota sozinha estava novamente, foi nesse exato momento que ela percebeu o quão precisava desta criança e que não iria abandoná-la, levaria a gravidez até o fim sem apoio, sem certezas, mas com fé e esperança.
No dia seguinte a garota partiu daquela cidade para nunca mais voltar, foi para outra maior por convite de uma amiga, pois em meio à escuridão há sempre alguém para guiar os bem aventurados, essa alma caridosa lhe ofereceu abrigo pelo tempo que precisasse, 7 meses havia se passado ela estava empregada e preste a dar a Luz a um menino que iria se chamar Guilherme. Ela não teve complicações no parto, Guilherme nascerá forte e saudável. Os primeiros meses continuaram com sua amiga, que seria madrinha da criança, logo depois alugou um pequeno apartamento para morar com o filho.
Ela sentia-se completa, Guilherme era esperto e amoroso faziam tudo juntos. Um amor incondicional e lindo de se ver. 5 anos havia se passado e mais um surpresa apareceria em sua vida, por algum tempo ela sentia-se fraca, mas jamais procurou algum médico, até que uma noite ela se sentiu muito mal e foi parar na emergência.  Mais de 2 anos se passaram desde o acontecimento e numa tarde ensolarada, ela foi obrigada a tomar uma decisão, a maior de sua história, ela arrumou as malas de Guilherme, ele estava feliz e sorridente achava que iam viajar ele a perguntava e gentilmente ela olhava-o e sorria, um olhar triste e vago. Chegaram à casa da sua amiga e madrinha do pequeno, ela entregou as malinhas dele, deu-lhe um beijo, um abraço apertado e disse: “Filho, nunca esqueça que sua mãe te ama!” O menino em lagrimas dizia: “Não me deixe mamãe eu te amo, juro que te amo.” Ela se foi.

Passaram-se 20 anos, Guilherme sofrerá a falta da mãe por muito tempo e por muitas noites chorava, depois passou a ter apenas pesadelos e hoje era uma como uma lembrança ruim. Porém era dia de comemoração, ele iria se casar com uma jovem linda e a amava muito, ele estava no quarto preparando-se para o casório, quando sua tia entrou no quarto com algo nas mãos, ele continuou a se arrumar sem perceber até que ela disse: “- Sua mãe estaria muito feliz se estivesse aqui.” Ele se assustou e disse: “- Mas não está madrinha, ela nos deixou temos que superar isso.” Ela insistiu: “- Ela te amava tanto.” Olhando para ela, ele retrucou inconsolado: “- Não foi o suficiente.”
Ela abriu as mãos do rapaz, depositou o envelope e disse: “- Ela pediu para que lhe entregasse no dia em que você estivesse maduro o suficiente.” Saiu do quarto e o deixou só, ele abriu a carta leu palavra por palavra, chorava como no dia em que foi abandonado dessa vez não de medo, mas de emoção, seu coração enchera de compaixão como nunca na vida.
“Amado Filho;
Se estiver lendo essa carta é porque infelizmente não pude está ai ao seu lado, hoje é o dia das respostas que procurava. Há algum tempo atrás, um pouco antes de lhe deixar, você era tão pequeno que não poderia se lembrar, eu descobri que era portadora do vírus HIV a doença desenvolveu-se rapidamente, infelizmente essa foi à última marca que seu pai me deixou. Não se preocupe assim que soube minha maior preocupação foi você, fiz seu exame e por um milagre ou por benção de Deus você era tão saudável como qualquer outra criança.
Eu juro meu filho que tentei lutar contra isso como fiz com todos os obstáculos em nossas vidas, mas a doença foi mais forte. Fiz alguns anos de tratamento, todavia não estava progredindo e os efeitos colaterais eram grandes, eu já não podia fazer o que eu mais queria: ‘cuidar de você’. Sem forças mais para lutar e vendo que a qualquer momento poderia te deixar sozinho no mundo, abandonado em um orfanato eu tomei a decisão mais dolorosa da minha existência, tive que partir e te deixar. Não posso dizer que morreria em paz, porém sabia que estava sendo amado como se fosse eu a te cuidar, vejo seu pequeno rostinho todas as noites e dói pensar em seu choro. O que eu mais quero é te ver, mas eu sei que vai doer ainda mais em nós outra despedida, não suportaria te ver chorar novamente.
Lembra da última coisa que te falei: “Nunca esqueça que sua mãe te ama!” Sempre te amarei, esteja onde eu estiver sempre estarei ao seu lado. Acredito no além, sei que um dia poderemos viver felizes juntos, como? Eu ainda não sei, porém a vida e a morte estão mais ligadas que qualquer um de nós pode imaginar, eu tenho fé que esse dia chegará.
Assim que soube que faleceria a qualquer momento, escrevi essa carta e pedi para que sua madrinha lhe desse quando estivesse maduro, pois sei que hoje você entende melhor minhas decisões. Sei que você será melhor do que seu pai foi, seja forte como ele um dia não foi. Não tenha medo, nem insegurança não chore pela minha partida, pois a morte é apenas um novo começo. E jamais esqueça: ‘Você tem uma mãe que te ama para todo o sempre’.”

9 comentários:

  1. Liiindo mari, adorei
    Chorei aqui
    Não importa o que aconteça, nossa mãe sempre nos amará mais que tudo e que todos
    Feliz dia das Mães pra vc e sua mãe
    bjos *-*

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  2. nhaimm chorei agora!
    muito lindo, triste, mas muito lindo!
    as vezes nao entendemos as atitudes de nossas maes, só que todas essas atitudes é para nosso bem!
    amei o texto, continue assim, escrevendo coisas maravilhosas.

    http://sentimentopoetico.blogspot.com/

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  3. Nossa que lindo não sabia que vc fazia contos também..

    adoro ler contos..

    Seu conto, não sei se é real ou fictício, mas achei emocionante e sensível..

    muito bem escrito meus parabéns..

    Feliz dia das mães para nossas queridas mamães..

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  4. Parece a estória do menino de Malhação rsrs
    Por isso que nunca devemos julgar as coisas que vemos.
    É muito difícil analisar o todo através do conhecimento de apenas uma parte dele.

    Beijos.

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  5. Muito emocionante a historia, nos traz neste dia tao importante a essencia materna, a preocupacao e o amor que elas sempre terao conosco, que somos resultado de tudo aquilo que elas sempre nos ensinaram. Adorei teu post, tens muita sensibilidade na escrita! Minhas felicidades a sua mae, nesse dia lindo!
    Beijos,
    Luiza

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  6. É veerdade, na maioria das vezes julgamos os erros das nossas mães seem saber que elas erram tentado aceertar sempre e que talvez quando formos mães também erraremos no intuito de certar.

    Bruno, elha que quando criei a história nem sabia do caso do menino de malhação, porque eu não asistoo.
    HASUHAUSHUAHSUAHSUHASUHUAHSUH'

    Obrigada por comentar *-*

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  7. Oi Querida!
    Tenho um presentinho para ti em meu blog!
    Um selinho especial para uma seguidora especial!
    Grande beijo!
    Luiza

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  8. oi linda..
    tem um selinho para vc no meu blog..
    abraços

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  9. Emocionante conto...adorei !!!
    Boa semana para você..beijooo!!

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